terça-feira, 27 de maio de 2014
A arte de deturpar para separa.
Fico impressionado com a nossa capacidade de produzir diferenças! É incrível como subvertemos, trocamos, invertemos e inventamos tantas formas de sermos desiguais!
Fazemos da individualização - processo que deveria ser interno, consciente, maduro e que no final das contas nos faria diferentes e nos encaminharia pra busca do nosso motivo no universo (a Grande Obra): a realização - um fracasso. Por isso, a ideia de Jung me parece que foi subvertida. Ao meu ver, somos cada vez mais iguais internamente e diferentes exteriormente. Estranho, não?!
Nossos pensamentos são reduzidos aos mesmos; nossa razão e ideia, tudo na média. Pena que nos preocupamos apenas com as vestes...
Deus veio à terra só pra nos lembrar que somos iguais. Mas o que aconteceu? Dogmas, “igrejas”, “religiões”, desigualdades e mais desigualdade.
Maomé conversou com Gabriel e deu exemplo de igualdade, unificação, fraternidade entre judeus, cristão etc.. Mas o que aconteceu? A máquina volta a produzir diferenças: sunitas e xiitas.
Darwin propôs uma longa e diversificada evolução dos seres. Para quê? Para que o homem voltasse a produzir desigualdade: darwinismo social.
O Príncipe foi deturpado. E a Utopia de Morus é vista como o sonho irrealizável.
Onde vamos parar, Indústria de Deturpação?
O que ainda vamos separar, Produtor de Desigualdade?
Hein, HOMEM?!
- Lucas Palavra
Notícia de Jornal
" 'Discurso' quando aceso não tem 'perdão', deixa a beleza acesa em seu carvão."
Sempre que vejo as notícias e observo o nosso regresso, me lembro dos discursos “bem" argumentados (mal emprego da inteligência) a favor da violência, espancamentos, uso indevido da força, " correção social " e todo tipo de imbecilidade que se pauta pela indolência e inércia do Estado.
" Tem que pegar e amarrar!"
"É aceitável, o Estado não age!"
"Tem é que matar, pro outros aprenderem! "
Nessas e outros delírios, nos esquecemos que fazemos as mesmas coisas, comentemos os mesmos crimes e ajudamos a propagar o que supostamente somos contra.
Sou de acordo com algumas coisas, dentre elas a 3ª lei de Newton: ação e reação. Desta forma a mesma "violência que se aplica sobre um ser reage sobre quem a aplicou". Também me lembro do Efeito Borboleta que compõe a Teoria do Caos: "O simples discurso, motivação ou defesa da violência tem efeito evolutivo que chega as ruas em forma de murros, pontapés etc".
Palavra quando acesa não tem perdão, pois sob essas leis e outras, as palavras nos marcam, influenciam e nos leva a cometer as notícias dos jornais.
Dados:
Notícia :
http://g1.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/moradores-do-guaruja-sp-lincharam-mulher-por-causa-de-retrato-falado-na-internet/3328162/
Reflexão do observatório:
O que a socióloga constatou, em suas pesquisas de três décadas, foi uma coincidência marcante: os linchamentos se repetem logo após um caso de grande repercussão na mídia. Portanto, comprova-se novamente, em relação aos crimes cometidos por uma coletividade, o que já foi demonstrado quanto aos suicídios – ou seja, que o noticiário intenso sobre um caso acaba deflagrando uma espécie de epidemia de eventos semelhantes."
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/reflexoes_sobre_o_boato_mortal
Da teoria para a prática: a teoria do caos vai às ruas
- Lucas Palavra
Algo interessante aconteceu em um planeta muito próximo da Terra !
"Um corrupto foi acusado e na beira de ser preso, como se fosse suas últimas palavras, soltou um desabafo sincero (o único da sua vida). Sua intenção não era conseguir safar-se, pois sua sentença já fora confirmada; mas os juízes e acusadores, após cada palavra, abaixaram as cabeças e o liberaram.
Após o acontecimento a população fez-se perguntas:
- Será por isso que todos os corruptos sempre terminam livres?
Será porque somos todos iguais?
A população buscou mudar, numa tentativa de prenderem os corruptos, e acabou sem corrupção. Assim, os poucos que não mudaram foram presos e pagaram pelos atos. "
O discurso foi mais ou menos esse:
"Sim, errei
Sei que não tinha o direito
Me entreguei de forma exasperada
Perdi a noção
Me mostrei
Podem acusar-me!
Mas por que me criticam?
Somos todos irmãos
Filhos da mesma placenta
E do mesmo pai
Vós sois todos meus iguais
Com o mesmo JEITINHO
Apenas medrosos Pequeninos
Estão sempre por aí
Consumindo do pouco
Ganhando migalhas
Trocando favores
Fingidos
Sujeitos implícitos
Falsos detentores do correto
Pensam que me enganam?
Podem até fazer o normal
O comum
Corriqueiro e aceitável
Mas delito é delito
E não me citem a ética
Se escarnaram- na em suas bocas
Vão entendê-la
Imorais
Hipócritas
Não peço perdão
Pois suas falácias eu não aceito
Podem lograr a si mesmo
Mas a mim não
EU VIM DAÍ! "
- Lucas Palavra
Uma xícara de café
Uma xícara de café
Para a pluralidade
Meio minuto tu és, se quente
Se frio, dura mais
Mas pra nada
Mais para o desprezo
Até ganhar o ralo
Para os poucos
Tu passa de alimento
De mero espantador de sono
De líquido escuro
Transcende a xícara
Pois é líquido poético
Alimentador de leitura
De viagens e pensamentos.
- Lucas Palavra
Quintal do peito
Quintal do peito
O amor, nada mais é do que uma criança
E o coração é um quintal
Desses de avó
Que as cercas compridas desaparecem
Onde os montes e relvas tocam o céu
Escondem fantasias, sonhos
Lendas e superstições
Mas para os desacreditados
Só há terras, matos, tocos
Nó máximo cobras e cabas
Para as crianças, sempre bobas
Há universos, reinos e principados
É o baú de tesouros e magias
Um mundo a ser explorado
- Lucas Palavra
O quintal reserva o que enxergamos ...
Os tantos
Os tantos
Cabe no peito tantos
A boca, rota para o livre
Os cativos, uns loucos
A vontade da saída
A liberdade sempre buscada
O descuido
Um deslize
Um fugitivo: Eu te amo.
- Lucas Palavra
- Lucas Palavra
Mundo fantástico do poeta
Foto de Danilo Palavra por Gustavo Moura |
Mundo fantástico do poeta
Depois que os homens anormais adormecem
Que as luzes artificiais se cansam
Que o silêncio se torna real
E com a noite findando o dia
Eu me acordo poeta
Dispo-me do capital
Desmancho minha maquiagem
Viro unicamente animal
Buscando o que já é inatural
Fico só com a natureza
Sou melodia
Sou canção
Sou normal
Descanso em som
Viajo em notas da viola
Da mata
Da orla
Canto apaixonado
Para um amor
Que me espera Mesmo desconhecendo quem sou
Recito pra todos
Viventes ou não
Para os iguais a mim
Sentimentais Mas temerosos por se despir
Eu
Poeta
"Homenageador" dos sentimentos
Contemplador da estrela primeira
Das nuvens ralas
Espelhos d’água
Ventos
E vidas
Eu
Sem forma
Banhado da noite
Soprado pelos ares bons
Posso, mesmo fincado, viajar
Mesmo, só, conversar
Mesmo, mesmos
Viver
- Lucas Palavra
Pequeno homem
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